Rastreios na periferia

A Associação dos Jovens Médicos está a implementar um programa de rastreios nas regiões mais periféricas do nosso país para desta forma dar oportunidade a populações mais carenciadas em termos de recursos de saúde de serem alvo de um plano de rastreios das patologias mais frequentes em Portugal.

Durante os dias 4, 5, 6, 11, 12 e 13 de Setembro, realizámos rastreios de Pé Diabético e Demências em todo o concelho de Alfandega da Fé.

Os dados definitivos dos Censos 2011, divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), traçam um quadro assustador do despovoamento acentuado no interior do país. No relatório “Onde e como se vive em Portugal”, o INE vem confirmar o cenário de um país com 10,6 milhões de habitantes, cuja população é mais escassa no interior e com um número significativo de idosos a viverem sozinhos ou na companhia de outros idosos (19% da população tem idade igual ou superior a 65 anos, sendo que “cerca de 60% vive só ou com outras pessoas do mesmo grupo etário”). Esta rápida transição demográfica traduzir-se-á em fortes implicações estruturais, sendo que uma das principais consequências desta transformação se dá ao nível do sector da saúde. No entender da AJOMED, a insuficiência de dados sobre o estado de saúde das populações do interior e o grau de autonomia dos idosos em Portugal, obriga a proceder a um diagnóstico de situação, a par de medidas concretas que acelerem e melhorem as formas de intervenção necessárias. É imperioso conhecer e compreender melhor a realidade da saúde nas regiões mais periféricas do país pois só assim se poderão implementar novas e melhores abordagens preventivas, curativas e de continuidade de cuidados. O programa de rastreios de âmbito nacional que a AJOMED está a implementar pretende desta forma aumentar o conhecimento sobre o verdadeiro estado de saúde da população portuguesa além de ao mesmo tempo prestar cuidados de saúde. Não obstante, serão levadas a cabo também sessões de informação/sensibilização da população acerca de patologias frequentes mas muitas vezes negligenciadas.